"Moradores da Ilha Diana pedem socorro". Essa frase foi a imediata resposta de um morador da Ilha Diana ao perguntarmos o que ele gostaria de expressar publicamente. Isso porque a expansão do porto de Santos está causando problemas gravíssimos para aquela comunidade - a última comunidade caiçara da cidade de Santos. A expansão do porto está destruindo o berçário dos animais aquáticos do estuário, expulsando aves e outros animais terrestres, empurrando os moradores da ilha para uma nova condição humana: de pescadores epequenos agricultores para empregados mal pagos da indústria do progresso.
O primeiro problema: o licenciamento ambiental fraudulento do projeto de expansão do porto em área de preservação ecológica permanente. Os moradores foram manipulados nas audiências públicas, e nunca puderam se manifestar sobre o empreendimento. E o dinheiro graúdo resolveu os impedimentos legais: autoridades, fiscais, polícias, cientistas - todos receberam uma gorda fatia do bolo para se calarem e serem coniventes com mais um crime ambiental em curso no Brasil.
O segundo problema: a dificuldade em apresentar qualquer recurso no Ministério Público para embargar as obras da EMBRAPORT - empresa responsável pelo empreendimento. O Sr. Mozart, representante da EMBRAPORT em Santos, em conjunto com outras autoridades governamentais (secretarios do meio ambiente, vereadores, prefeito, governador, e outros órgãos estaduais e federais) atua de maneira ardilosa para amenizar o problema e viabilizar a expansão do porto. As mais graves denúncias são ameaças de morte, seguida da tradicional estratégia da corrupção: "Olha só, meu amigo, leva esse cheque aqui pra você ficar mais tranquilo...., ou o negócio vai engrossar pro teu lado". Essa é a frase mais utilizada pelo Sr. Mozart para viabilizar a expansão do porto de Santos.
O terceiro problema: o isolamento dos moradores e o receio de vingança das autoridades. Em visitas regulares à Ilha Diana, pudemos constatar que TODOS os moradores são contra o empreendimento, porque tem consciência total de que o modo de vida caiçara é uma das maiores riquezas conquistadas por gerações e gerações, e nenhuma indenização (caso houvesse alguma em vista...) poderia reparar a perda da autonomia e da liberdade de uma comunidade caiçara. Mesmo na pobreza, com toda a dificuldade da vida dos pescadores e suas famílias, a comunidade caiçara não é miserável.
O futuro prometido pela EMBRAPORT é o futuro da MORTE.
Mas o futuro desejado pelos MORADORES da Ilha Diana é o futuro da VIDA e da resistência.
Se você tem alguma idéia para ajudar a resolver essa difícil situação, por favor, manifeste-se!!
Entre em contato e divulgue essas informações para o máximo de pessoas possível.
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
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